domingo, 22 de maio de 2022

Do luxo ao lixo: a abordagem debochada dos amarelos com a Alta Moda

A High Fashion, ou Alta Moda traduzindo para a Língua Portuguesa, pode ser extremamente atraente do ponto de vista estético mesmo com toda a questão de sustentabilidade, geração de lixo e ética na cadeia produtiva, obviamente. 
Mas além de todos os problemas relacionados as essas grandes casas da moda não podemos esquecer o fato de que apenas uma minoria tem acesso a essas grifes, a Alta Costura, por exemplo,  possui cerca de apenas 4.000 consumidores no mundo todo.
E é exatamente esse abismo entre a pessoa comum e uma roupa de grife que fez com que uma trend ganhasse força no Tik Tok, esta que consiste em pessoas amarelas fazendo as suas versões de editoriais de marcas famosas. Com poucos recursos, muita criatividade e senso estético esses vídeos tomaram conta da rede social.
Separei alguns que vale a pena conferir.





Celine @dellatiroo






Balenciaga @user5130482253327



Louis Vuitton @junghwan988





Eu achei genial! E você? Deixe aqui nos comentários a sua opinião.




terça-feira, 10 de maio de 2022

Tendências sustentáveis no Met Gala 2022

O Met Gala é sem dúvida um dos acontecimentos mais aguardados pelo mundo da Moda. Todos os anos o evento, cujo objetivo principal é arrecadar dinheiro para o Metropolitan Museum, mais especificamente The Costume Institute, causa barulho pela presença de celebridades em trajes arrojados.
Vale ressaltar que este é um evento para poucos já que além de passar pelo crivo da organização  convidades também precisam pagar por volta de U$35mil por uma cadeira.
Além disso os participantes seguem um dress code espcífico,  nesse ano  o tema foi "Gilded Glamour", um período da História da Moda marcado por excessos, ostentação e muitas jóias, reflexo da era pós Revolução Industrial em que os estadounidenses se depararam com um boom econômico.
Apesar do tema pomposo os expectadores logo foram tomados por um sentimento de decepção. O que vimos foi um Met Gala bem "morno", talvez sinal dos tempos, da nova realidade pós pandemia e dos novos valores em que esse baile de 74 anos enfrenta atualmente. 
Entretanto mesmo diante de uma celebração enfadonha algumas celebridades estavam dispostas a trazer o debate da sustentabilidade para o evento. Veja alguns looks à seguir:



Emma Stone criou um novo vestido à partir do original usado no seu casamento em 2020, uma das muitas celebridades que trouxeram o tema upcycle para o evento.



Billie Eilish escolheu um vestido Gucci feito todo de material reaproveitado, segundo a cantora, conhecida por seu ativismo ambiental, a idéia era ser o mais eco-frinedly possível.


A modelo Adut Aketch também optou por usar uma peça vintage da coleção 2003 de Christian Lacroix.



A modelo estadounidense, Paloma Elsesser vestiu um modelo criado sob medida para ela usando tecido de vestidos usados dos anos 1930.


A modelo Emily Ratajkowski optou por uma peça cheia de pedrarias da coleção Versace de 1992.

E você, o que achou dos looks sustentáveis? Deixe a sua opinião aqui nos comentários. 

quinta-feira, 3 de março de 2022

As heroínas de Wes Anderson

O cinema de Wes Anderson definitivamente não é para todos, autoral, peculiar e de poucos recursos passa longe do padrão hollywoodiano atual. Em uma época dominada por filmes 3D o diretor se dá a liberdade de ignorar por completo a tecnologia e compensar a ausência da mesma com roteiros bem escritos, trilha sonora de primeira e personagens marcantes.
Se os homens ganham em quantidade, as poucas mulheres presentes de forma alguma servem de pedestal para o sexo oposto. Distante do clichê de sexo frágil, as heroínas (ou anti-heroínas) de Anderson acabaram tornando se icônicas na cultura pop. Dentre elas destacarei minhas 3 favoritas:



Margot Tenenbaum

Margot, a misteriosa filha adotiva dos Tenenbaums, é fã de vestidos polo, não troca o casaco e exagera no lápis de olho. 'Os excêntricos Tenenbaums' é talvez o único filme em que Gwyneth Paltrow interpreta uma garota diferentona que lhe cai como uma luva, a personagem faz declarações de amor ao irmão adotivo ao som de Rolling Stones e, têm os seus segredos descobertos embalados por 'Judy is a punk' dos Ramones.


Eleanor Zissou

                                                                           
Interpretada brilhantemente por Anjelica Houston com uma elegância e classe digna de uma diva dos anos 50 em "A Vida Marinha com Steve Zissou". Eleanor é o cérebro da equipe Zissou, ainda que de forma tímida, ela segue embalada pelo azul do mar e verde das algas marinhas no figurino. A racionalidade da personagem faz contraste com a imaturidade do ex-marido com o qual mantém uma amizade próxima ao longo dos anos. Bon Voyage, diz Eleanor à Steve ao som de uma das muitas versões de Seu Jorge para as canções de David Bowie.


Suzy Bishop

Em "Moonrise Kingdom" Suzy Bishop é uma garotinha de 12 anos, leitora ávida, com uma coleção de vestidos com gola Peter Pan de fazer inveja à qualquer fashionista, cheia de apetrechos vintage e com um certo descontrole temperamental. Incompreendida pelos pais, Suzy decide fugir de casa levando apenas o essencial: seus livros, discos, vitrolinha e binóculos. Sua rebeldia e autenticidade são resultados do otimismo e ingenuidade da juventude, essa intensidade bem representada pelos tons amarelos que permeiam pelo filme conectados pela trilha sonora fabulosa de Alexandre Desplat e a música favorita de Suzy, le temps de l'amour de Françoise Hardy.

Fãs de personagens excêntricos, senso de comunidade, fotografia colorida e simetria de imagens assistam: Os Autênticos Tenenbaums, A Vida Marinha com Steve Zissou e Moonrise Kingdom. Verdadeiros tesouros cinematográficos que envelheceram muito bem com o passar dos anos e continuam relevantes tratando temas profundos com a leveza característica de Wes Anderson.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Gucci: Alerta para a mudança

A maison fundada em 1921 passou por várias transformações nas últimas décadas e, desde 2009 está sob a direção criativa de Frida Giannini, descrita no mundo da moda como uma mulher forte e visionária. Giannini trabalhou durante anos como assistente de Tom Ford, o grande responsável pela revitalização da grife na década de 90.
Quando assumiu o controle Ford mudou por completo a imagem da marca Italiana, na época a representação escolhida por ele era a de uma mulher forte e vencedora num mundo dominado pelo masculino. O conceito funcionou bem e, várias celebridades aderiram ao que no momento em questão era conhecido como 'estilo Gucci'.
Com Giannini, a mulher poderosa da maison é transferida para as ruas, desde que assumiu a direção criativa ela pôs em prática 210 projetos sob o nome de 'Chime for a Change', algo como alerta para mudança em Português. Desde então a Gucci reuniu nomes como Florence Welch, Ellie Goulding e Rita Ora para colaborações com a grife além de um show que angariou mais de U$130,000 os quais foram distribuidos para os projetos envolvidos na campanha. A missão de fortalecimento da mulher foi além da música e, em Julho do ano passado a grafiteira, muralista e artista plástica  Lydia Emily foi encarregada de pintar um mural em Los Angeles que homenageia Jessica, uma sobrevivente do tráfico sexual. Jessica atualmente trabalha em um dos projetos da campanha que ajuda outras mulheres que desejam deixar a indústria do sexo. 
Atualmente a grife trabalha para lançar a sua primeira linha de maquiagem e o rosto da campanha será Charlotte Casiraghi, uma renomada amazona estudante de filosofia mais conhecida por ser filha da Princesa Caroline de Mônaco.

Madonna recebeu o seu astronauta toda de Gucci no VMAs de 1995



Amber Valletta foi o rosto escolhido por Tom Ford para representar a mulher forte da Gucci dos anos 90


Frida Giannini ao lado de uma de suas criações mais polêmicas: a bolsa tattoo

Florence Welch e Frida Giannini
Ellie Goulding, Blake Lively, Florence welch, Freida Pinto e Rita Ora. Algumas das celebridades envolvidas no projeto 'Chime for Change'
Frida Giannini com Salma Hayek e Beyoncé,  porta vozes da campanha 'Chime for Change'
Lydia Emily a artista responsável pelo mural  'Jessica' 

O mural 'Jessica' presta homenagem à sobrevivente do tráfico sexual 
Charlotte Casiraghi, a amazona da realeza, foi escolhida para representar a nova campanha da Gucci

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Resumão Lollapalooza: o começo, o fim e o tupiniquim

Aconteceu no último final de semana (05 e 06 de Abril) no Autódromo de Interlagos a 3a. edição brasileira do festival de música Lollapalooza. Idealizado por Perry Farrel o evento teve a sua estréia em 1991 e rodou os Estados Unidos apostando em bandas mais obscuras na época como Nine Inch Nails, Rollins Band e Jane's Addiction (na qual Perry é o vocalista) entre outras já respeitadas no circuito underground como Siouxsie and the Banshees e Butthole Surfers. De 1991 à 1997 o festival atingiu grandes proporções e acabou sendo extremamente criticado pela escolha de bandas mainstream como Metallica e Snoop Doggy Dogg como headliners além dos line ups dominados pela música eletrônica (outra paixão de Farrell). 
Depois de um intervalo de 5 anos o festival volta em 2003, numa época em que as pessoas estão menos cínicas (o que não significa que estejam mais informadas) e mais à fim de se divertirem do que pagarem de posers e, em 2011 tem a sua primeira versão brasileira. Atualmente todos os estilos musicais são bem recebidos no evento desde bandas de rock comercial como Pearl Jam e Audioslave como os eternos punks Iggy & The Stooges e Patti Smith além de outras newcomers indie, soul, eletrônica, etc. A edição brasileira deste ano contou com mais de 23 bandas por dia que foram divididas em 3 palcos, deixando à critério do público montar a sua própria programação. Nos intervalos entre uma apresentação e outra as pessoas puderam desfrutar de outras atrações como a tenda gastrônomica com a presença dos 'Chefs na Rua', a pista de patinação, o hang out com loja de LPs, a roda gigante e o jantar nas alturas. Infelizmente com a troca de produtora (as edições passadas foram produzidas pela Geo e, atualmente a Tickets For Fun é a responsável) foi possível notar o amadorismo na organização, por exemplo a péssima disposição de corredores que acarretou em lentidão na passagem de um palco para outro além das condições precárias dos banheiros químicos que não tinham folhas de pinho no chão (item básico em qualquer festival que AINDA utiliza banheiros químicos), cerveja SKOL com preço de HEINEKEN, poucas opções de comida vegetariana, entre outros micos. 
No demais a atmosfera era tranquila, o público mais maduro curtia ao fundo os shows com camisetas do New Order e Soundgarden, meninas e meninos bonitos que nem sabiam os nomes das bandas desfilavam nos corredores, adolescentes em frenezi na expectativa de verem sua banda favorita na grade, pais e filhos sentados no gramado em clima de pic nic, todas as tribos convivendo sem confusão ou violência. No momento junto com a depressão pós-festival fica a expectativa de que com a popularização desse tipo de evento no país as produtoras elevem os padrões de qualidade para que as pessoas tenham uma experiência verdadeiramente  LALAPALOOSA (extraordinário, em Inglês).
Siouxsie and the Banshees na primeira edição do festival em 1991



Kat Bjelland líder da Babes in Toyland com Layne Staley (Alice In Chains), Les Claypool (Primus) e Maynard James Keenan (Tool) . As bandas foram headliners da edição de 1993.


As meninas da L7 entrevistando Nick Cave para a MTV americana, ambas as bandas tocaram no Lollapalooza de 1994.

A poeta e compositora punk Patti Smith fez parte do line up de 1995


No ano de 1995 Courtney Love era conhecida por mostrar os seios, falar palavrões, e praticar stage diving durante as apresentações da sua banda, a Hole. Não foi á toa que era uma das atrações mais esperadas do evento.


Brody Dalle na época à frente da Distillers havia acabado de lançar o terceiro e último álbum (excelente, aliás) da banda e tocou no palco principal da edição de 2003.


Torry Castellano baterista da formação original da The Donnas (deixou a banda recentemente devido à sua tendinite severa) com Josh Homme e Nick Oliveri (Queens of the Stone Age) e Akil (Jurassic 5) no backstage do Lollapalooza 2003 sendo entrevistados pela MTV. As bandas eram parte do line up desse ano.


Carrie Brownstein e Janet Weiss da saudosa Sleater-Kinney  tocaram no palco Champ em 2006. Após os shows a banda anunciou que entraria um hiato por tempo indefinido.


Juliette Lewis deixou a carreira de atriz em segundo plano e em 2007 estourou com a sua banda Juliette and the Licks, famosa por suas apresentações energéticas a cantora foi atração do Lollapalooza do mesmo ano.


Sharon Jones, a mulher que trouxe o funk e soul raiz de volta junto com os Dap Kings foi uma das atrações que pôs o povo para dançar no festival em 2008


Emma Richardson a baixista da Band of Skulls que tocou no Lollapalooza de 2009


Emily Haynes a multi instrumentista e frontwoman da banda canadense Metric tocou na edição de 2010 do festival.



Joan Jett foi a atração principal da estréia do festival no Brasil em 2012 e mostrou aos novatos como se faz rock'n'roll de verdade. Tocou todos os hits da sua carreira inclusive 'Cherry Bomb' da época das Runaways.



Savages é uma das poucas bandas novas (senão a única) relevante, composta somente por mulheres e liderada pela francesa Jehnny Beth o grupo aposta em um post-punk vísceral. Num mundo onde o pop vem disfarçado de indie as meninas não hesitaram em mostrar a que vieram, remando contra a maré fizeram uma apresentação feroz e com o melhor Português (não-nativo) do festival deixaram o recado: 'Não deixem os filhos da puta te derrubarem'. O grupo Londrino se apresentou no último dia do festival em São Paulo.



Comforto é indispensável! Essa foi a pegada do público presente no Lollapalooza de 2014. Muitos shorts, leggings, camisetas, camisas soltas e, ao contrário do ano passado em que grande parte das meninas estavam usando aqueles horríveis sneakers de salto embutido nesse ano elas investiram em tênis e botinhas estilosas.
   


O público literalmente mergulhou de cabeça nos shows. E que venha Lolla 2015!























quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A Disney fabulosa de Annie Leibovitz

Annie Leibovitz é um nome comum no mundo da fotografia, a artista trabalhou por 10 anos como chefe de fotografia da revista Rolling Stones, fotografou o famoso retrato de John Lennon nu agarrado à Yoko Ono além de clicar outras milhares de celebridades em situações intimistas e às vezes polêmicas.
Quem nunca folheou uma publicação de Moda e se deparou com um editorial em que as modelos usam um batom exagerado e rímel escorrendo em cores super saturadas? Então, essa é a marca de Annie, a queridinha dos editores-chefes quando se trata de fotografia 'high fashion'.
Desde 2007 a fotógrafa Americana assume seu lado mais pop sendo responsável por uma série de retratos chamados de Disney Dream Portraits estes que vem sendo usados para a publicidade da Disney Parks and Resorts. Os retratos mostram celebridades na pele de personagens clássicos. O resultado você confere abaixo:

Jessica Chastain como a princesa Merida de Valente

Julie Andrews (a eterna Mary Poppins) como a Fada Azul e Abigail Breslin como a Fada Aprendiz de Pinóquio

Michael Phelps como um sereio e Julianne Moore como a Princesa Ariel de A Pequena Sereia

Scarlett Johansson como Cinderella

Jessica Biel é Pocahontas

Gisele Bundchen como Wendy, Tina Fey como Sininho e o bailarino Mikail Baryshnikov como Peter Pan

Rachel Weisz como Branca de Neve

Jack Black, Will Ferrell e Jason Segel como os fantasmas da Mansão Mal Assombrada

O polêmico comediante Britânico Russell Brand como Capitão Gancho

David Beckham como o Príncipe Felipe da Bela Adormecida

Jeff Bridges e Penélope Cruz como A Bela e a Fera

Johnny Depp como Jack Sparrow e a cantora e poeta punk Patti Smith como outro pirata para a atração Piratas do Caribe

Alec Baldwin como o Espelho Mágico e Olivia Wilde como a Bruxa Malvada de Branca de Neve

A rapper Queen Latifah como Ursula de A Pequena Sereia
O tenista Roger Federer como o Rei Arthur

Whoopi Goldberg como o Gênio da Lampada de Alladin

O making of dos retratos podem ser assistidos acessando o link oficial da Disney Parks:
Disney Parks and Resorts